SAÚDE DA MULHER



ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO E MAMAS


Aparelho Reprodutor Feminino

O aparelho reprodutor feminino é composto por órgãos internos e externos responsáveis pela reprodução e pela manutenção da saúde da mulher.



Órgãos Externos

Monte púbico: Também chamado de monte pubiano, é coberto por pelos pubianos após a puberdade

Vulva: Conjunto de órgãos genitais externos, incluindo os lábios maiores e menores, o clitóris e o orifício vaginal.

Clitóris: Órgão de grande importância para o prazer sexual feminino, localizado na parte superior da vulva.

Lábios maiores e menores: Estruturas que envolvem e protegem a abertura vaginal. Também chamados de grandes e pequenos lábios.

Glândulas de Bartolin: Pequenas glândulas localizadas em cada lado da abertura vaginal, responsáveis por secretar um fluido lubrificante durante a excitação sexual.

 

 

Órgãos Internos:

Vagina: Canal musculoso que conecta o útero ao exterior do corpo. Serve como passagem durante o parto e para a saída do fluxo menstrual. A vagina também tem um papel importante na relação sexual e na proteção contra infecções

Útero: Órgão muscular onde ocorre a gestação. O útero é composto por três camadas de tecido que desempenham funções específicas:

1.     Endométrio: Revestimento interno do útero, que se prepara para a implantação do embrião durante cada ciclo menstrual. Caso não haja fecundação, o endométrio se descama, resultando na menstruação.

2.     Miométrio: Camada muscular do útero, responsável pelas contrações uterinas durante o parto e pela expulsão do feto. Também auxilia na sustentação do útero durante a gestação.

3.     Perimétrio: Camada externa do útero, formada por tecido conjuntivo, que serve para proteger os órgãos internos e fornecer suporte estrutural.

Cérvix (colo do útero): O cérvix é a parte inferior do útero, que se conecta diretamente à vagina. Sua principal função é permitir a passagem do fluxo menstrual da cavidade uterina para o exterior e atuar como uma barreira protetora durante a gestação, impedindo a entrada de agentes patogênicos. Durante o parto, o cérvix se dilata para permitir a passagem do bebê. Ele também contém uma secreção viscosa que ajuda a proteger o útero de infecções e contribui para a mobilidade do esperma.

Corpo do Útero: O corpo do útero é a parte superior, onde ocorre a implantação do embrião. Após a fecundação, o óvulo se implanta no endométrio do corpo uterino, e é ali que o feto se desenvolve durante a gestação. O corpo do útero também se expande para acomodar o crescimento do feto. A estrutura muscular do miométrio ajuda a impulsionar o feto para fora durante o parto.

Trompas de Falópio: Canal que conecta os ovários ao útero, onde ocorre a fecundação do óvulo. As trompas de falópio possuem estruturas chamadas "fímbrias" que capturam o óvulo após a ovulação e direcionam-no para o útero.

Ovários: Glândulas responsáveis pela produção de óvulos (células sexuais femininas) e hormônios (estrogênio e progesterona).

 


Alterações Fisiológicas ao Longo da Vida da Mulher


  • Puberdade: Início do desenvolvimento das características sexuais secundárias e da capacidade reprodutiva.
  • Gravidez: Mudanças hormonais e físicas para sustentar o feto e preparar o corpo para o parto.
  • Menopausa: Fase em que os ovários deixam de produzir óvulos e a menstruação cessa.




Mamas: Anatomia e Fisiologia

As mamas são glândulas especializadas na produção de leite e têm um papel fundamental na amamentação.



Estrutura das Mamas:

Glândulas mamárias: Responsáveis pela produção de leite.

Aréola: Área circular escura ao redor do mamilo.

Mamilo: Onde o leite é excretado durante a amamentação.

Funções das Mamas:

·       Produção de leite: Durante a gravidez e após o parto, as mamas começam a produzir leite em resposta à prolactina.

·       Alterações hormonais: Durante o ciclo menstrual, gravidez e menopausa, as mamas sofrem variações no tamanho e na consistência devido às mudanças nos níveis de estrogênio e progesterona. 

 

 Desenvolvimento Mamário

O desenvolvimento das mamas começa na puberdade, influenciado pelos hormônios estrogênio e progesterona. Durante o ciclo menstrual, flutuações hormonais podem causar alterações cíclicas nas mamas, como aumento da sensibilidade e inchaço.

Lactação

Após o parto, a produção de leite é estimulada pela prolactina, e o reflexo de ejeção do leite é mediado pela ocitocina, que facilita a saída do leite pelas glândulas mamárias.

 


 

Importância da Prevenção Feminina

·        A prevenção como ferramenta para detectar precocemente doenças e alterações na saúde da mulher.

·        Redução de morbidades e mortalidade associadas a doenças preveníveis.

·        Acompanhamento regular como parte do autocuidado.



Principais Exames Preventivos

 

a) Exame de Papanicolau (Preventivo Ginecológico)

·        O que é? Exame que coleta células do colo do útero para detectar alterações, como o câncer cervical e lesões pré-cancerosas.

·        Indicação: Mulheres sexualmente ativas ou a partir dos 25 anos, com intervalos de 1 a 3 anos, dependendo do histórico médico.

·        Importância: Diagnóstico precoce do câncer de colo do útero e infecções como HPV.

 

b) Mamografia

·        O que é? Exame de imagem para detectar alterações nas mamas, como cistos ou câncer.

·        Indicação: Recomendado anualmente ou a cada dois anos para mulheres a partir dos 40 anos, ou antes, dependendo do histórico familiar.

·        Importância: Redução da mortalidade por câncer de mama através da detecção precoce.

 

c) Ultrassonografia Pélvica e Transvaginal

·        O que é? Exame de imagem para avaliar o útero, ovários e outras estruturas pélvicas.

·        Indicação: Mulheres com sintomas como dores pélvicas, sangramento irregular ou histórico de endometriose e cistos.

·        Importância: Diagnóstico de miomas, cistos ovarianos e outros problemas ginecológicos.

 

d) Exames de Sangue (Rotina Laboratorial)

·        O que incluir? Hemograma, glicemia, colesterol, triglicerídeos, hormônios (TSH, FSH, LH) e vitamina D.

·        Indicação: Realizados anualmente, conforme recomendação médica, para rastrear alterações metabólicas e hormonais.

·        Importância: Identificar doenças como diabetes, dislipidemia e alterações hormonais.

 

e) Densitometria Óssea

·        O que é? Exame para avaliar a densidade óssea e diagnosticar osteoporose.

·        Indicação: Mulheres na pós-menopausa ou acima de 65 anos, ou antes, caso existam fatores de risco.

·        Importância: Prevenção de fraturas e complicações associadas à osteoporose.

 

f) Exames de Infecções Sexualmente Transmissíveis (DSTs)

·        O que incluir? Testes de sífilis, HIV, hepatites B e C, e clamídia.

·        Indicação: Mulheres sexualmente ativas, especialmente as com múltiplos parceiros.

·        Importância: Diagnóstico e tratamento precoce para evitar complicações graves.


 



 

FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO

Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual é um processo fisiológico natural e cíclico que prepara o corpo feminino para uma possível gravidez. Ele ocorre em média a cada 28 dias, mas pode variar entre 21 e 35 dias. O ciclo é dividido em quatro fases principais, que envolvem mudanças hormonais e fisiológicas importantes, preparando o corpo para a ovulação (liberação de um óvulo) e a possibilidade de fertilização.

 


1. Fase Menstrual (Dias 1-5)

Esta é a primeira fase do ciclo menstrual, que começa no primeiro dia de sangramento menstrual. A menstruação geralmente dura entre 3 e 7 dias.

  • O que acontece: O endométrio, que é o revestimento interno do útero, se desprende e é expelido pelo corpo, resultando no sangramento menstrual.
  • Hormônios: Durante esta fase, os níveis de estrogênio e progesterona estão baixos.
  • Importância: Esse processo ocorre porque, se não houve fecundação do óvulo no ciclo anterior, o útero descama seu revestimento, iniciando um novo ciclo menstrual.

 

2. Fase Folicular (Dias 1-13)

A fase folicular começa no primeiro dia da menstruação e continua até a ovulação (dia 14). Esta fase ocorre ao mesmo tempo que a fase menstrual, mas segue por mais alguns dias após o término da menstruação.

  • O que acontece: Durante essa fase, o hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula o amadurecimento de folículos ovarianos (estruturas nos ovários que contêm os óvulos). O estrogênio é produzido pelos folículos em crescimento, o que resulta no espessamento do endométrio, preparando o útero para uma possível gravidez.
  • Hormônios: A principal alteração hormonal é o aumento gradual dos níveis de estrogênio.
  • Termos importantes:
    • Folículo: Estrutura no ovário onde o óvulo se desenvolve.
    • FSH (Hormônio Folículo-Estimulante): Hormônio que estimula o crescimento dos folículos ovarianos.

3. Ovulação (Dia 14)

A ovulação é o momento em que um óvulo maduro é liberado do ovário e está disponível para ser fertilizado. Em um ciclo típico de 28 dias, a ovulação ocorre por volta do 14º dia, mas pode variar dependendo do ciclo de cada mulher.

  • O que acontece: Um aumento repentino nos níveis do hormônio luteinizante (LH) desencadeia a liberação do óvulo do folículo maduro no ovário, que se move em direção à trompa de falópio para possível fecundação.
  • Hormônios: Durante a ovulação, há um pico de LH e estrogênio, que facilitam a liberação do óvulo.
  • Importância: Esse é o período fértil do ciclo, em que a mulher tem maior chance de engravidar.
  • Termos importantes:
    • Ovulação: A liberação do óvulo maduro do ovário.
    • LH (Hormônio Luteinizante): Hormônio que induz a ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo.

4. Fase Lútea (Dias 15-28)

Após a ovulação, inicia-se a fase lútea, que vai até o início da próxima menstruação. Durante essa fase, o folículo rompido no ovário se transforma em uma estrutura chamada corpo lúteo, que começa a secretar progesterona.

  • O que acontece: O corpo lúteo secreta progesterona, que prepara o endométrio para a implantação de um possível embrião. Se o óvulo não for fertilizado, o corpo lúteo se degenera, os níveis hormonais caem e o ciclo recomeça com a menstruação.
  • Hormônios: Há um aumento de progesterona e estrogênio, mas se não houver fertilização, esses níveis caem rapidamente, levando ao início da menstruação.
  • Importância: Caso o óvulo seja fertilizado e implantado no endométrio, o corpo lúteo continua produzindo progesterona, sustentando a gravidez.
  • Termos importantes:
    • Corpo Lúteo: Estrutura temporária que se forma após a ovulação e secreta progesterona.
    • Progesterona: Hormônio essencial para manter o endométrio preparado para a implantação do óvulo fertilizado.

 

Hormônios no Ciclo Menstrual e sua Relação com Anticoncepcionais

Durante o ciclo menstrual, uma série de hormônios trabalha de forma coordenada para regular as diversas fases do ciclo, desde a preparação do útero para a gravidez até a menstruação. A compreensão dos hormônios envolvidos é fundamental não só para entender o funcionamento do corpo feminino, mas também para entender como os anticoncepcionais hormonais funcionam para prevenir a gravidez.

Principais Hormônios Envolvidos:

  1. Estrogênio: Produzido principalmente pelos folículos ovarianos em desenvolvimento, o estrogênio tem um papel central no ciclo menstrual, estimulando o crescimento do endométrio (revestimento do útero) e preparando-o para a possível implantação de um embrião. Durante a fase folicular, o aumento dos níveis de estrogênio também contribui para a ovulação.
  2. Progesterona: Este hormônio é secretado principalmente pelo corpo lúteo após a ovulação. Sua principal função é preparar o endométrio para a implantação do óvulo fertilizado e, caso não haja fecundação, sua diminuição resulta na descamação do endométrio, dando início à menstruação.
  3. FSH (Hormônio Folículo-Estimulante): Produzido pela hipófise, o FSH estimula o amadurecimento dos folículos nos ovários, iniciando o processo de ovulação.
  4. LH (Hormônio Luteinizante): Também produzido pela hipófise, o LH promove a liberação do óvulo maduro do folículo ovariano, desencadeando a ovulação.

Anticoncepcionais Hormonais: Como Eles Interferem no Ciclo Hormonal

Os anticoncepcionais hormonais, como a pílula anticoncepcional, adesivos, injetáveis e implantes hormonais, agem diretamente nos processos hormonais do corpo feminino. Eles têm como objetivo prevenir a ovulação (a liberação do óvulo), alterar a consistência do muco cervical e modificar o endométrio, criando condições desfavoráveis para a fertilização e a implantação do embrião.

  1. Inibição da Ovulação: A principal maneira de ação dos anticoncepcionais hormonais é através da supressão da ovulação. Isso é feito pela combinação de estrogênio e progesterona (ou derivados desses hormônios). Esses hormônios artificiais inibem o pico de LH e FSH, impedindo a maturação e liberação do óvulo. Sem ovulação, não há óvulo disponível para ser fertilizado.
  2. Alteração do Muco Cervical: O uso de anticoncepcionais hormonais também pode espessar o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides para o útero. Isso torna a fecundação menos provável, mesmo que ocorra ovulação.
  3. Modificação do Endométrio: Além disso, os anticoncepcionais hormonais alteram a estrutura do endométrio, tornando-o mais fino e menos receptivo à implantação de um óvulo fertilizado. Isso reduz ainda mais as chances de uma gravidez ocorrer caso a ovulação seja não detectada.

Tipos Comuns de Anticoncepcionais Hormonais:

  1. Pílulas Combinadas: Contêm uma combinação de estrogênio e progesterona (ou seus derivados). Elas atuam impedindo a ovulação, alterando o muco cervical e o endométrio. São utilizadas por um ciclo mensal, com 21 dias de uso seguido de 7 dias de pausa ou pílulas placebo.
  2. Pílulas Somente de Progesterona: Também conhecidas como "minipílula", essas pílulas contêm apenas progesterona. Elas funcionam principalmente espessando o muco cervical, mas também podem inibir a ovulação em algumas mulheres.
  3. Implantes e Injeções: São formas de anticoncepção que liberam hormônios de maneira contínua. O implante é colocado sob a pele e libera progesterona durante vários meses. A injeção de progesterona é administrada periodicamente (geralmente a cada 3 meses). Ambos os métodos funcionam da mesma forma que as pílulas, mas têm a vantagem de não precisar de administração diária.
  4. Anel Vaginal e Adesivo Contraceptivo: O anel vaginal libera estrogênio e progesterona localmente e é colocado na vagina por três semanas consecutivas, com uma semana de pausa. O adesivo é colocado na pele e libera hormônios de forma contínua, com a troca semanal.

Considerações Importantes:

  • Eficácia: Quando usados corretamente, os anticoncepcionais hormonais têm uma alta taxa de eficácia na prevenção da gravidez. No entanto, é importante que o paciente siga as instruções de uso corretamente para evitar falhas, como no caso de esquecimento de uma pílula ou do atraso na aplicação de uma injeção.
  • Efeitos colaterais: O uso de anticoncepcionais hormonais pode trazer alguns efeitos colaterais, como alterações no ciclo menstrual, aumento de peso, alterações de humor, e riscos cardiovasculares (embora raros, especialmente em mulheres fumantes e acima de 35 anos). Por isso, é fundamental que o uso seja acompanhado por um profissional de saúde.

 

TERMINOLOGIA TÉCNICA DA SAÚDE DA MULHER

 

Aborto Espontâneo: Perda da gravidez antes das 20 semanas de gestação.

Amenorreia: Ausência de menstruação. Pode ser fisiológica (como na gravidez) ou patológica (como na síndrome dos ovários policísticos).

Cesárea: Procedimento cirúrgico para o nascimento do bebê através de uma incisão no abdome e no útero.

Climatério: Período de transição antes e após a menopausa, caracterizado por mudanças hormonais e sintomas como ondas de calor e alterações de humor.

Candidíase Vaginal: Infecção fúngica causada por Candida, levando a sintomas como coceira intensa, corrimento branco e ardência.

Colostro: O primeiro leite produzido pelas glândulas mamárias logo após o parto, rico em anticorpos e nutrientes.

Dismenorreia: Dor ou desconforto associados à menstruação, podendo ser primária (sem causa orgânica) ou secundária (devido a condições como endometriose).

Endometriose: Condição em que o tecido endometrial cresce fora do útero, causando dor, especialmente durante a menstruação.

Episiotomia: Incisão cirúrgica feita no períneo durante o parto.

Gravidez Ectópica: Implantação do óvulo fertilizado fora da cavidade uterina, geralmente nas trompas de falópio, o que pode levar a complicações graves.

Hiperplasia Endometrial: Espessamento do revestimento do útero (endométrio) que pode ser benigno ou uma condição pré-cancerosa.

HPV (Papilomavírus Humano): Vírus responsável pela maioria dos casos de câncer do colo do útero, além de outras doenças genitais.

Incontinência Urinária de Esforço: Perda de urina ao tossir, espirrar ou fazer esforço, comum em mulheres após múltiplos partos vaginais.

Lactação: Produção e secreção de leite pelas glândulas mamárias após o parto, essencial para a nutrição do recém-nascido.

Mamografia: Exame de imagem das mamas para rastreamento de câncer de mama.

Mastalgia: Dor nas mamas, que pode estar relacionada ao ciclo menstrual (cíclica) ou ocorrer independentemente dele (não cíclica).

Menarca: Primeira menstruação da vida de uma mulher, marcando o início da puberdade e a capacidade reprodutiva.

Menopausa: Cessação permanente das menstruações e do ciclo menstrual devido à redução natural dos hormônios reprodutivos, geralmente ocorrendo entre os 45 e 55 anos.

Menstruação: Desprendimento periódico do revestimento uterino (endométrio) acompanhado de sangramento, que ocorre aproximadamente a cada 28 dias no ciclo menstrual.

Mioma Uterino: Tumor benigno do músculo liso do útero, também conhecido como fibroma, que pode causar menstruações abundantes e dor pélvica.

Ovulação: Processo pelo qual um ovário libera um óvulo maduro para potencial fertilização. Ocorre geralmente no meio do ciclo menstrual.

Papanicolau: Exame citológico de rastreamento que coleta células do colo do útero para detectar lesões pré-cancerosas e câncer cervical.

Pré-Eclâmpsia: Condição potencialmente perigosa durante a gravidez caracterizada por pressão arterial elevada e sinais de danos a outros órgãos, geralmente após 20 semanas de gestação.

Prolapso Uterino: Condição em que o útero desce para a vagina devido ao enfraquecimento dos músculos pélvicos, frequentemente após múltiplos partos.

Vaginose Bacteriana: Infecção vaginal comum causada pelo desequilíbrio da flora bacteriana normal da vagina, resultando em corrimento com odor característico.

 

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER NA ATENÇÃO BÁSICA

 

Programas de Saúde da Mulher são estratégias e ações implementadas para promover, proteger e recuperar a saúde feminina em todas as fases da vida. Esses programas são essenciais para abordar as necessidades específicas de saúde das mulheres e garantir o acesso a cuidados de saúde de qualidade.

 

 

PROGRAMA

OBJETIVO

AÇÕES

 

Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero

 

Reduzir a incidência e mortalidade por câncer do colo do útero.

Rastreio com exame Papanicolau, vacinação contra o HPV, tratamento de lesões precursoras e do câncer em estágios iniciais.

 

Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama

 

Reduzir a incidência e mortalidade por câncer de mama

Mamografia de rastreamento para mulheres entre 50 e 69 anos, diagnóstico precoce e tratamento adequado.

 

Rede Cegonha

 

Garantir a atenção humanizada à gravidez, parto e nascimento.

Pré-natal de qualidade, parto humanizado, cuidado ao recém-nascido e puérpera, planejamento reprodutivo.

 

Programa de Planejamento Familiar

Oferecer métodos contraceptivos e orientar sobre a reprodução consciente e planejada

Distribuição de métodos contraceptivos, educação sexual, atendimento multiprofissional.

 

Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM)

 

Promover a saúde da mulher de forma integral

Cuidado ginecológico, pré-natal, atenção ao climatério, prevenção de violência contra a mulher, entre outros.

 

Programa de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher

 

Prevenir e enfrentar todas as formas de violência contra a mulher.

Atendimento psicológico, jurídico, social e de saúde, abrigos para mulheres em situação de risco.

 

Programa de Atenção à Saúde da Mulher no Climatério

Acompanhar e tratar as mulheres no período do climatério e menopausa.

Consultas, tratamentos hormonais, promoção de qualidade de vida.

Vacinas Indicadas Durante a Gestação

A imunização durante a gravidez é crucial para proteger tanto a mãe quanto o bebê contra doenças graves. Algumas vacinas são especialmente recomendadas para gestantes, pois ajudam a proteger o recém-nascido nos primeiros meses de vida.

1. Vacina dTpa (Difteria, Tétano e Coqueluche Acelular)

Indicação: Esta vacina protege a mãe e o recém-nascido contra a coqueluche, uma doença respiratória grave que pode ser fatal para o bebê nos primeiros meses de vida. A coqueluche é altamente contagiosa e pode ser transmitida para o bebê durante o parto ou nos primeiros dias de vida. A vacinação da gestante, preferencialmente entre 27 e 36 semanas de gestação, ajuda a criar imunidade passiva no recém-nascido, protegendo-o até que ele possa ser vacinado diretamente após o nascimento.

2. Vacina Contra a Hepatite B

Indicação: A vacina contra a hepatite B é recomendada para gestantes que não foram previamente vacinadas ou que não têm comprovação de esquema vacinal completo. A hepatite B é uma infecção viral que afeta o fígado e pode ser transmitida da mãe para o bebê durante o parto. A infecção por hepatite B pode afetar a saúde hepática da mãe e, em casos graves, levar a complicações como a cirrose ou câncer hepático, além de impactar a fertilidade da mulher. A vacina é essencial para prevenir a transmissão vertical do vírus e proteger a saúde da gestante e do bebê.

3. Vacina dT adulto (Difteria e Tétano)

Indicação: A vacina dT é indicada para gestantes para prevenir a difteria e o tétano, doenças potencialmente graves que podem afetar tanto a mãe quanto o bebê. O tétano, em particular, pode ocorrer em caso de ferimentos no parto, e a difteria pode causar dificuldades respiratórias graves. A vacinação da gestante protege tanto ela quanto o bebê, que receberá imunidade passiva, essencial para a proteção nos primeiros meses de vida.


Protocolo de Vacinação e Importância do Técnico de Enfermagem

O protocolo de vacinação durante a gestação segue as orientações das diretrizes de saúde pública e é fundamental para garantir a proteção da mãe e do bebê contra doenças preveníveis. Existem vacinas obrigatórias e recomendadas que devem ser administradas no momento adequado.

Vacinas Obrigatórias:

  • Vacina dTpa (Difteria, Tétano e Coqueluche Acelular): Deve ser aplicada preferencialmente entre 27 e 36 semanas de gestação.
  • Vacina dT adulto (Difteria e Tétano): Deve ser administrada a cada gestação, especialmente se não houver histórico de vacinação recente.

Vacinas Recomendadas:

  • Vacina contra Hepatite B: Indicada para gestantes que não receberam a vacina ou não têm comprovação do esquema completo.
  • Outras vacinas: Dependendo do histórico de vacinação e das condições clínicas da gestante, podem ser indicadas outras vacinas, como a vacina contra a gripe (influenza) ou contra a COVID-19, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde.

Papel do Técnico de Enfermagem: O técnico de enfermagem deve realizar a verificação da caderneta de vacinação da gestante, garantir que as vacinas obrigatórias e recomendadas sejam administradas corretamente e orientar a paciente sobre a importância da imunização para a saúde dela e do bebê. Além disso, é essencial que o profissional de enfermagem acompanhe o calendário de vacinação e faça os registros necessários para garantir a continuidade da proteção.

Cuidados ao Pré-Natal de Baixo Risco

O pré-natal é um acompanhamento contínuo e essencial para garantir a saúde da gestante e do bebê. Além de calcular a DUM (Data da Última Menstruação) e a DPP (Data Provável do Parto), o pré-natal envolve o monitoramento de diversos aspectos da saúde da gestante.

Exames Recomendados Durante o Pré-Natal de Baixo Risco

Além do cálculo da DUM e da DPP, existem diversos exames complementares que devem ser realizados ao longo do pré-natal para garantir que tanto a gestante quanto o bebê estejam em boas condições de saúde. Alguns dos exames mais comuns incluem:

  1. Exames de sangue:
  • Hemograma completo: Para detectar anemia, infecções ou outras condições hematológicas.
  • Teste de glicemia: Para monitorar o risco de diabetes gestacional.
  • Sorologia para sífilis, HIV e hepatites virais: Para prevenir a transmissão vertical de doenças infecciosas.
  • Exame de urina: Para identificar infecções urinárias e avaliar a função renal.
  1. Ultrassonografia: A ultrassonografia é recomendada para monitorar o desenvolvimento do bebê, verificar a quantidade de líquido amniótico, posição do feto e o ritmo cardíaco fetal. A primeira ultrassonografia é geralmente realizada no primeiro trimestre, para confirmar a gestação e a idade gestacional. Outras ultrassonografias podem ser realizadas conforme necessário.
  2. Teste de glicemia (teste oral de tolerância à glicose): Este exame é importante para identificar a diabetes gestacional, que pode ocorrer durante a gravidez e afetar a saúde da mãe e do bebê.
  3. Monitoramento da pressão arterial: A pressão arterial deve ser monitorada durante todas as consultas de pré-natal, uma vez que condições como a hipertensão podem levar a complicações graves, como a pré-eclâmpsia.

PAPEL DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL

O técnico de enfermagem tem um papel crucial no pré-natal, sendo responsável por diversos cuidados, como:

  • Verificação e registro da pressão arterial e do peso da gestante em cada consulta.
  • Orientação sobre os exames que devem ser feitos e a importância de realizá-los no momento certo.
  • Acompanhamento do calendário de exames e garantia de que a paciente está sendo devidamente monitorada.
  • Encaminhamento para exames complementares quando necessário e coleta de material para exames laboratoriais.
  • Apoio emocional: Acompanhamento psicológico e orientações gerais sobre cuidados durante a gestação.

O pré-natal não se resume ao cálculo da DUM e da DPP. Ele deve ser visto como um processo contínuo que envolve monitoramento constante da saúde da gestante e do bebê, com foco em prevenir complicações e promover a saúde de ambos.

Cálculo da Data da Última Menstruação (DUM) e Data Provável do Parto (DPP)

O cálculo da Data da Última Menstruação (DUM) é uma das maneiras mais comuns de estimar a idade gestacional e a Data Provável do Parto (DPP). Esse cálculo é importante para planejar o acompanhamento pré-natal e determinar o período gestacional.

Como Fazer o Cálculo da DUM:

  1. Identificação da DUM: A DUM é o primeiro dia da última menstruação que a mulher teve antes de engravidar. É a data a partir da qual se começa a contar as semanas de gestação.
  2. Cálculo da Idade Gestacional: A idade gestacional é calculada em semanas e dias a partir da DUM. A cada 7 dias, completa-se uma semana de gestação.
  3. Cálculo da Data Provável do Parto (DPP): Para estimar a DPP, pode-se usar a Regra de Naegele, que consiste em:
      • Adicionar 7 dias ao primeiro dia da DUM.
      • Subtrair 3 meses.
      • Adicionar 1 ano (se aplicável).

Fórmula: DPP = DUM + 7 dias - 3 meses + 1 ano

 

 

Exemplo 1: DUM: 10 de janeiro de 2024

Cálculo da DPP:

Adicionar 7 dias: 10 + 7 = 17

Subtrair 3 meses: janeiro - 3 meses = outubro de 2023

Adicionar 1 ano: 2023 + 1 = 2024

DPP: 17 de outubro de 2024

Exemplo 2: DUM: 15 de março de 2024

Cálculo da DPP:

Adicionar 7 dias: 15 + 7 = 22

Subtrair 3 meses: março - 3 meses = dezembro de 2023

Adicionar 1 ano: 2023 + 1 = 2024

DPP: 22 de dezembro de 2024

CUIDADOS NO PUERPÉRIO E AMAMENTAÇÃO

O puerpério é o período pós-parto, que vai desde o nascimento do bebê até 6 a 8 semanas depois, quando o corpo da mulher começa a retornar ao estado pré-gravídico. O cuidado de enfermagem durante este período é essencial para prevenir complicações como hemorragias, infecções e promover a saúde mental da mãe. A orientação sobre a amamentação é crucial, sendo recomendada a amamentação exclusiva até os 6 meses de idade do bebê.

Classificações do Recém-Nascido (RN)

1. Classificação dos Recém-Nascidos de Acordo com a Idade Gestacional

A idade gestacional é o período entre o início da última menstruação da gestante até o nascimento do bebê. A classificação do RN em relação à idade gestacional é feita da seguinte forma:

Classificação do RN

Semanas Gestacionais

Detalhamento

Recém-nascido a termo

37 semanas completas até 41 semanas e 6 dias

O bebê é considerado a termo quando nasce dentro desse intervalo. Este é o período ideal para o nascimento, pois o bebê está totalmente desenvolvido, com todos os sistemas e órgãos prontos para funcionar.

Recém-nascido pré-termo

Antes de 37 semanas completas

Bebês nascidos antes das 37 semanas são classificados como prematuros. Eles podem necessitar de cuidados especiais dependendo do grau de prematuridade.

Recém-nascido pós-termo

42 semanas ou mais

O bebê pós-termo nasce após 42 semanas de gestação. Esse tipo de nascimento pode estar associado a um risco maior de complicações, como dificuldades respiratórias e problemas com a função placentária.

CLASSIFICAÇÃO DO RN PRÉ-TERMO

Prematuro tardio

32 a 36 semanas

Embora ainda prematuro, o bebê apresenta menor risco de complicações graves e pode requerer menos intervenções em comparação com os prematuros extremos e moderados.

Prematuro moderado

28 a 32 semanas

Esses bebês necessitam de cuidados neonatais intensivos, mas têm uma chance significativamente maior de sobrevivência comparado ao prematuro extremo.

 Prematuro extremo

Menos de 28 semanas

Bebês com menos de 28 semanas apresentam alto risco de complicações devido ao desenvolvimento incompleto de órgãos vitais, como os pulmões, cérebro e coração.

 

2. Classificação por Peso ao Nascer

Classificação

Peso ao Nascer

Detalhamento

RN GIG - Grande para Idade Gestacional

Mais de 4.000g

Bebês que apresentam peso acima da média para a sua idade gestacional, o que pode indicar riscos durante o parto, como distocia (dificuldade no parto) ou macrossomia, e maior probabilidade de obesidade infantil.

RN AIG - Adequado para Idade Gestacional

Entre 2.500g e 4.000g

Bebês que nascem com peso dentro dos parâmetros normais para sua idade gestacional. Eles geralmente têm menores riscos de complicações neonatais.

RN PIG - Pequeno para Idade Gestacional

Menos de 2.500g

Bebês que nascem com peso inferior ao esperado para sua idade gestacional, podendo indicar problemas como Crescimento Intrauterino Restrito (CIR), e estão em risco de dificuldades respiratórias, hipotermia e hipoglicemia.

3.Classificação por Peso ao Nascer em Níveis Específicos:

Classificação

Peso ao Nascer

Detalhamento

Baixo peso ao nascer

Menos de 2.500g

Indicativo de um recém-nascido que pode enfrentar dificuldades respiratórias e outras complicações associadas ao baixo peso, como maior vulnerabilidade a infecções e dificuldades de termorregulação.

Muito baixo peso ao nascer

Menos de 1.500g

Bebês com muito baixo peso ao nascer geralmente necessitam de cuidados neonatais intensivos, incluindo suporte respiratório, alimentação intravenosa e monitoramento rigoroso.

Extremo baixo peso ao nascer

Menos de 1.000g

Bebês extremamente prematuros ou com peso muito baixo ao nascer têm um risco significativamente maior de complicações graves, como falência de múltiplos órgãos, infecções e problemas de desenvolvimento cerebral e motor.

Condições Especiais Relacionadas ao Peso e Crescimento Intrauterino:

Crescimento Intrauterino Restrito (CIR): Refere-se a bebês que não atingem o peso esperado para a sua idade gestacional devido a diversos fatores, como problemas placentários, infecções ou condições maternas, como hipertensão e diabetes gestacional. O CIR está frequentemente associado a risco aumentado de complicações neonatais, como dificuldades respiratórias, baixo Apgar e hipoglicemia.

Macrossomia: Caracteriza-se por bebês com peso superior a 4.000 gramas, independentemente da idade gestacional. Bebês Macrossômicos podem ter dificuldades no parto, como lesões durante o nascimento ou distúrbios no processo de parto. Além disso, podem estar mais propensos a desenvolver obesidade na infância e diabetes tipo 2 na vida adulta.

 

CUIDADOS NO PLANEJAMENTO FAMILIAR

 

O planejamento familiar é uma estratégia fundamental para garantir que mulheres e casais tenham acesso a informações e métodos contraceptivos adequados, permitindo que decidam sobre o momento da chegada dos filhos e o espaçamento entre as gestações. O profissional de enfermagem desempenha um papel importante, oferecendo orientações sobre as opções disponíveis, respeitando as escolhas dos pacientes e garantindo o uso correto dos métodos.

 

Métodos Contraceptivos Disponíveis

  1. Métodos Hormonais:
  • Pílula Combinada e Minipílula: A pílula combinada contém estrogênio e progestagênio, enquanto a minipílula contém apenas progestagênio. Ambos os métodos impedem a ovulação e são eficazes para a regulação do ciclo menstrual. A minipílula pode ser uma opção indicada para mulheres lactantes.
  • Injetáveis: São aplicados mensalmente ou trimestralmente. São preferidos por mulheres que não desejam a administração diária de anticoncepcionais, proporcionando comodidade e eficácia.
  • Implante Subdérmico: Consiste em pequenos bastões de hormônios implantados sob a pele, que liberam progestagênio de forma contínua. É eficaz por até 3 anos, sendo ideal para mulheres que buscam um método de longo prazo com baixo índice de falha.
  1. Métodos de Barreira:
  • Preservativo Masculino e Feminino: São os únicos métodos contraceptivos que protegem contra a gravidez e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). São acessíveis, de fácil uso e não exigem prescrição médica.
  • Diafragma: Método não hormonal utilizado em conjunto com espermicida, que impede a entrada dos espermatozoides no útero. Embora eficaz, exige adaptação e o uso correto para garantir a proteção.
  1. Dispositivos Intrauterinos (DIU):
  • DIU de Cobre: Não contém hormônios e é eficaz por até 10 anos. Sua ação é principalmente mecânica, impedindo a fecundação. É uma boa opção para mulheres que preferem um método sem hormônios e desejam um planejamento de longo prazo.
  • DIU Hormonal: Libera progestagênio de forma contínua, além de reduzir o fluxo menstrual. É eficaz por até 5 anos e pode ser indicado para mulheres que buscam uma solução duradoura e têm interesse na redução da menstruação.
  1. Métodos Comportamentais:
  • Tabelinha: Baseado no monitoramento do ciclo menstrual, onde a mulher identifica os períodos férteis para evitar a relação sexual sem proteção nesses dias. Sua eficácia pode ser reduzida se o ciclo não for regular.
  • LAM (Lactação e Amenorreia): Método baseado na amamentação exclusiva durante os primeiros meses pós-parto. A amamentação contínua e sem introdução de alimentos ou líquidos pode inibir a ovulação, proporcionando um período de contracepção natural. No entanto, sua eficácia depende do padrão de amamentação e deve ser monitorada com cuidado.
  1. Métodos Cirúrgicos:
  • Laqueadura Tubária: Procedimento cirúrgico realizado em mulheres que desejam esterilização permanente. Consiste na obstrução ou corte das trompas de falópio, impedindo a gravidez. A laqueadura é realizada após avaliação médica e pode ser solicitada em unidades de saúde com referência para esse procedimento.
  • Vasectomia: Esterilização permanente masculina, onde os canais deferentes são cortados ou vedados, impedindo a liberação de espermatozoides. A vasectomia é uma opção eficaz e definitiva, geralmente disponível em serviços de saúde especializados.

 

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER À NÍVEL HOSPITALAR

1. Monitorização da Frequência Cardíaca Fetal (FCF)

A monitorização da Frequência Cardíaca Fetal (FCF) é um procedimento essencial para avaliar o bem-estar do feto durante o trabalho de parto, sendo crucial para detectar sinais de sofrimento fetal e permitir a intervenção rápida, quando necessário.

Objetivo: Avaliar o bem-estar fetal.

O monitoramento pode ser realizado pelo técnico de enfermagem, enfermeiro obstetra ou médico obstetra. O técnico de enfermagem pode realizar o monitoramento inicial e contínuo, sempre sob a supervisão da equipe médica, que interpretará os resultados e tomará as decisões sobre intervenções.

Passo a Passo para Monitorar a FCF:

1.     Lave as mãos e coloque luvas, se necessário.

2.     Verifique se o equipamento de ausculta (sonar Doppler, estetoscópio de Pinard ou cardiotocógrafo) está funcionando corretamente.

3.     Coloque a paciente em decúbito dorsal com leve inclinação para a esquerda para evitar compressão da veia cava, o que pode comprometer a circulação fetal.

4.     Exponha o abdome da paciente e palpe-o para localizar o dorso do feto, onde a FCF será mais audível.

5.     Posicione o transdutor do sonar Doppler ou o estetoscópio de Pinard na área identificada.

6.     Escute e conte os batimentos cardíacos fetais por um minuto. A FCF normalmente varia entre 110 e 160 bpm.

7.     Registre a frequência, a hora da ausculta, a posição da paciente e qualquer anormalidade observada.

8.     Informe imediatamente ao enfermeiro ou médico se houver sinais de sofrimento fetal, como desacelerações prolongadas ou FCF persistentemente baixa (<110 bpm) ou alta (>160 bpm).

9.     Realize o monitoramento regularmente, conforme o protocolo do hospital e as orientações da equipe médica. Durante o trabalho de parto ativo, é comum o monitoramento a cada 15 a 30 minutos.

2. Administração de Ocitocina

A ocitocina é um hormônio natural produzido pelo hipotálamo e liberado pela hipófise posterior, desempenhando um papel crucial no processo de trabalho de parto e no aleitamento materno, estimulando as contrações uterinas e a ejeção do leite.

Objetivo: Induzir ou intensificar as contrações uterinas.

A ocitocina é utilizada principalmente para induzir ou acelerar o trabalho de parto e controlar hemorragias pós-parto. Sua administração deve ser cuidadosamente monitorada para evitar complicações.

Passo a Passo para Administração de Ocitocina:

  1. Verifique a prescrição médica.
  2. Prepare a solução de ocitocina conforme as orientações médicas.
  3. Administre a medicação por bomba de infusão, ajustando a velocidade conforme a resposta das contrações uterinas.
  4. Monitore as contrações uterinas e a FCF para detectar sinais de hiperestimulação uterina.

Cuidados ao Administrar Ocitocina:

  • Monitoramento: A frequência e a intensidade das contrações uterinas, assim como a FCF, devem ser monitoradas constantemente para prevenir complicações como hiperestimulação uterina, que pode causar sofrimento fetal ou ruptura uterina.
  • Contraindicações: A ocitocina não deve ser administrada em casos de desproporção cefalopélvica, sofrimento fetal com parto vaginal não iminente, entre outras situações em que o parto vaginal seja contraindicado.

3. Cuidados no Parto Vaginal

O objetivo do acompanhamento durante o parto vaginal é garantir a segurança da mãe e do bebê, proporcionando apoio físico e emocional durante o processo.

Passo a Passo para Assistência no Parto Vaginal:

  1. Prepare o ambiente com todos os materiais necessários.
  2. Auxilie a gestante a adotar a posição de litotomia (deitada com as pernas dobradas e os pés apoiados).
  3. Realize a antissepsia da região perineal para evitar infecções.
  4. Ofereça suporte emocional à gestante e incentive técnicas de respiração adequada.
  5. Prepare o material necessário para o clampeamento do cordão umbilical e os cuidados iniciais com o recém-nascido, como a secagem e a avaliação da Apgar.

4. Cuidados no Parto Cesáreo

O parto cesáreo exige cuidados pré-operatórios, intraoperatórios e pós-operatórios específicos para garantir a segurança e o bem-estar da mãe e do bebê.

Objetivos:

*     Garantir a segurança da paciente para o procedimento cirúrgico.

*     Auxiliar a equipe cirúrgica durante o procedimento.

*     Prevenir complicações pós-operatórias e garantir a recuperação da paciente.

*     Monitore os sinais vitais da paciente e o bem-estar fetal.

*     Auxilie no posicionamento da paciente na mesa cirúrgica.

*     Incentive a mobilização precoce para prevenir trombose venosa profunda.

*     Oriente a paciente sobre cuidados com a incisão cirúrgica e sobre o início da amamentação.

5. Cuidados nas Doenças Ginecológicas e Obstétricas

Cuidados no Pós-operatório de Histerectomia:

Objetivo: Auxiliar a recuperação da paciente após a remoção do útero.

  • Monitore os sinais vitais e o nível de consciência da paciente.
  • Avalie a incisão cirúrgica quanto a sinais de infecção.
  • Incentive a deambulação precoce para prevenir complicações.
  • Administre medicação para controle da dor conforme prescrição.
  • Ofereça orientação sobre cuidados domiciliares e sinais de complicações.

Tratamento de Emergência em Hemorragia Pós-parto:

Objetivo: Controlar o sangramento excessivo e estabilizar a paciente.

  • Acione imediatamente a equipe médica.
  • Administre ocitocina intravenosa conforme prescrição.
  • Monitore os sinais vitais e prepare para transfusão sanguínea, se necessário

  • Auxilie na reposição volêmica e mantenha a paciente em posição de Trendelenburg.                                                    

    Baixe aqui o material em PDF: SAÚDE DA MULHER

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