SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

 


O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) E OS CUIDADOS EM SAÚDE


No cuidado de pessoas, alguns princípios fundamentais devem ser respeitados.

1. Promova o bem-estar do paciente

2. Respeitar a autonomia do paciente

3. Evite qualquer tipo de discriminação

O primeiro princípio é o da primazia do bem-estar do paciente, que se refere a dedicar-se a atender aos melhores interesses do paciente, incluindo o cumprimento do preceito de não fazer o mal e de fazer o bem.

O segundo princípio é o respeito pela autonomia do paciente, que envolve ser honesto e fornecer informações claras e objetivas, permitindo que o paciente tome decisões informadas.

O princípio terceiro é a justiça e equidade na distribuição dos recursos de saúde, garantindo que não haja discriminação – racial, de gênero, socioeconômica, étnica, religiosa etc.

Constituição Federal de 1988 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Além do respeito a esses princípios, o profissional de saúde tem a obrigação de ser competente, mantendo-se atualizado e reciclando-se periodicamente e respeitando a confidencialidade do paciente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma legislação brasileira instituída pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 , que tem como objetivo garantir e proteger os direitos fundamentais das crianças e adolescentes no Brasil. O ECA é considerado um marco na defesa dos direitos humanos da infância e adolescência e estabelece diretrizes e normas para garantir que esses direitos sejam respeitados em todas as esferas da sociedade.

O técnico de enfermagem deve assegurar que os direitos das crianças e adolescentes sejam respeitados e protegidos conforme o ECA. Isso inclui o direito à saúde, educação, lazer, e proteção contra negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

O ECA garante que todas as crianças e adolescentes tenham seus direitos fundamentais respeitados, incluindo:

* Direito à Vida e à Saúde: Acesso a serviços de saúde de qualidade, com foco na prevenção e tratamento de doenças.

*  Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade: Liberdade de expressão, respeito à individualidade e garantia de dignidade pessoal.

* Direito à Convivência Familiar e Comunitária: Garantia de que uma criança ou adolescente cresça em um ambiente familiar saudável, sendo protegida contra qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

* Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer: Acesso à educação de qualidade, oportunidades culturais, esportivas e de lazer.

*   Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho: Proteção contra o trabalho infantil e garantia de condições adequadas para a aprendizagem profissional.

O ECA estabelece a criação de políticas públicas específicas para a infância e adolescência, com foco na proteção integral. Entre essas políticas, destacamos:

*     Conselhos Tutelares

*     Conselhos de Direitos

Os conselheiros tutelares aplicam medidas protetivas às crianças e adolescentes em situações de risco, como encaminhamento para serviços de saúde, assistência social, educação e acolhimento institucional. Enquanto os Conselhos Tutelares atuam diretamente na proteção e no atendimento de crianças e adolescentes em situação de risco, os Conselhos de Direitos atuam na formulação e fiscalização das políticas públicas.

 

O ECA prevê diversas medidas de proteção que podem ser aplicadas para garantir os direitos das crianças e adolescentes em situação de risco:

Medidas de Proteção e Exemplos de Intervenção da Equipe de Saúde

 Acolhimento Institucional: Quando um profissional de saúde identifica sinais de maus tratos ou negligência durante uma consulta, ele pode encaminhar uma criança para um abrigo temporário, em conformidade com as diretrizes dos Conselhos Tutelares. Além disso, o profissional pode colaborar na elaboração de um plano de assistência que inclua acompanhamento psicológico e médico, garantindo que a criança receba suporte integral.

Colocação em Família Substituta: Se um técnico de enfermagem perceber que uma criança está em uma situação de risco contínuo na família de origem, ele pode notificar as autoridades competentes e os Conselhos Tutelares. O técnico também pode colaborar com os serviços sociais na avaliação de possíveis famílias substitutas e garantir que a criança receba acompanhamento de saúde contínuo e adequado durante o processo de transição.

Acompanhamento e Assistência : Um técnico de enfermagem pode identificar necessidades especiais de uma criança em situação de vulnerabilidade, como a necessidade de acompanhamento médico regular ou apoio psicológico. O profissional pode, então, coordenar os serviços de saúde e assistência social para garantir que a criança receba os cuidados necessários e monitorar a eficácia das intervenções, ajustando-se conforme necessário para atender melhor às necessidades da criança.


Qual o papel do profissional de Enfermagem na garantia dos direitos da criança e ao adolescente?

 

Adotar uma abordagem humanizada

Adotar uma abordagem humanizada no atendimento, sendo empática e respeitosa com os pacientes pediátricos e suas famílias.

Comunicação eficiente

Explicar procedimentos e diagnósticos de forma compreensível para as crianças e suas famílias, respeitando a necessidade de informação e tranquilidade.

Identificar abusos

Identificar sinais de abuso, negligência ou exploração infantil. É essencial saber considerar esses sinais e tomar medidas.

Notificação às autoridades

Possuem a obrigação de notificar as autoridades competentes, como os Conselhos Tutelares, sobre quaisquer suspeitas de violação dos direitos das crianças e adolescentes.

Orientações sobre a saúde

Devem orientar as famílias sobre cuidados de saúde, prevenção de doenças e desenvolvimento saudável das crianças.

Participar de

Programas de Saúde Pública

Participação ativa em campanhas e programas de saúde pública, como vacinação e prevenção de doenças, alinhando-se com as diretrizes do ECA.

Desempenham um papel crucial na implementação de programas de saúde pública, como o Programa Nacional de Imunização (PNI) e o Programa Saúde na Escola (PSE), garantindo que as crianças recebam os cuidados de saúde necessários.

 ro desconforto do paciente, garantindo seu bem-estar.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Lei 8.069/90 Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompleta, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Política pública é um conjunto de ações e decisões tomadas pelo governo, com o objetivo de solucionar problemas públicos e melhorar o bem-estar da sociedade. Essas políticas podem abranger diversas áreas, como saúde, educação, segurança, meio ambiente, transporte, entre outras. Elas são formuladas e renovadas por meio de programas, leis, regulamentações e projetos governamentais.

PROGRAMA

OBJETIVOS

AÇÕES

IMPACTO

 

Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Protege crianças e adolescentes contra doenças preveníveis por meio da vacinação.

Fornecimento gratuito de vacinas, campanhas de vacinação, e monitoramento de coberturas vacinais.

Redução significativa da incidência de doenças como poliomielite, sarampo, rubéola e outras.

 

 

Programa Saúde na Escola (PSE)

Integrar ações de saúde e educação, promovendo o desenvolvimento integral dos estudantes da rede pública de ensino.

Avaliação de saúde, promoção de hábitos alimentares saudáveis, atividades de educação física, e prevenção de doenças e agravos.

Melhoria das condições de saúde dos estudantes e promoção de um ambiente escolar saudável.

 

 

Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN)

 

Detectar precocemente doenças genéticas e metabólicas em recém-nascidos.

Teste do pezinho, realizado gratuitamente em recém-nascidos, para identificar condições genéticas ou metabólicas.

Intervenção precoce e tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida das crianças gastas.

 

 

 

Estratégia Saúde da Família (ESF)

 

Reorganizar a atenção básica no país, focando na prevenção, promoção da saúde, e cuidado integral da família.

Acompanhamento contínuo das famílias por equipes de saúde da família, composto por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde.

 

Melhoria no acesso aos serviços de saúde e promoção de cuidados preventivos e curativos para crianças e adolescentes.

 

 

Rede Cegonha

Garantir às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, parto, pós-parto e ao recém-nascido.

 

Acompanhamento pré-natal, parto humanizado, e cuidados neonatais.

Redução da mortalidade materna e infantil e melhoria da qualidade dos serviços de saúde materno-infantil.

 

 

Programa Bolsa Família

Reduzir a pobreza e a desigualdade social, garantindo o acesso aos serviços de saúde e educação.

Monitoramento de saúde, como vacinação em dia e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.

Incentivo à adesão às práticas de saúde preventivas e melhoria das condições de vida das crianças e adolescentes de famílias beneficiárias.

PROGRAMA

OBJETIVOS

AÇÕES

IMPACTO

Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)

Promover e proteger a saúde das crianças, garantindo assistência integral e contínua.

Ações intersetoriais e integradas que incluem assistência à saúde desde a gestação até os 9 anos de idade.

Garantia de cuidados de saúde contínuos e integrados, promoção do desenvolvimento infantil e redução da mortalidade infantil.

 

 

Programa de Alimentação Escolar (PNAE)

Contribuir para o crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis.

 

Fornecimento de refeições nutricionais e saudáveis ​​em escolas públicas.

 

Melhoria da nutrição e saúde dos estudantes, contribuindo para a redução da desnutrição e obesidade infantil.

Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências

 

Reduzir o impacto de acidentes e violência que afetam crianças e adolescentes.

Promoção de campanhas educativas, prevenção de acidentes e atendimento especializado para vítimas de violência.

 

Redução da morbimortalidade por causas externas e promoção de ambientes seguros.

 

Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB)

Melhorar a saúde bucal da população brasileira, promovendo o acesso a serviços odontológicos de qualidade.

Campanhas educativas sobre higiene bucal, prevenção de cáries e doenças periodontais.

Prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas bucais em UBS e escolas.

 

Os programas e ações de saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) são fundamentais para a promoção da saúde e prevenção de doenças, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. Na APS, eles garantem o acesso equitativo aos serviços de saúde, promovem a educação em saúde e fortalecem a articulação entre os diferentes níveis de atenção e setores envolvidos.

Existem três programas importantes para o conhecimento do técnico de enfermagem: O Programa Saúde na Escola (PSE), o Programa Nacional de Imunização (PNI) e o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).

 

Programa Nacional de Imunização (PNI)

O PNI foi instituído em 1973 e é responsável por coordenar as ações de vacinação em todo o território brasileiro, garantindo a oferta de vacinas para a população de todas as idades. Os objetivos principais do PNI são:

·       Erradicação, eliminação e controle de doenças: Exemplo de doenças erradicadas no Brasil graças ao PNI incluem a poliomielite.

·       Ampliação da cobertura vacinal: Aumentar a adesão da população às campanhas de vacinação.

·       Segurança e eficácia das vacinas: Monitorar as reações adversárias e garantir a qualidade das vacinas distribuídas.

As Principais Ações do PNI são:

  Calendário Nacional de Vacinação : Estabeleça quais vacinas são oferecidas gratuitamente para cada faixa etária.

  Campanhas de vacinação : Mobilizações nacionais para vacinação contra gripe, sarampo, rubéola, entre outras.

  Imunização de grupos prioritários : Vacinação de gestantes, idosos, profissionais de saúde e outros grupos vulneráveis.

  Registro e monitoramento : Sistemas de informação para acompanhar a cobertura vacinal e a ocorrência de doenças imunopreveníveis.


Imunização

Importância da Imunização : Protege contra doenças graves e potencialmente fatais.

Lista atualizada com todas as vacinas recomendadas no Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil para crianças e adolescentes, desde o nascimento até os 18 anos:


Ao Nascimento

  • BCG (Bacilo Calmette-Guérin): Dose única. Protege contra formas graves de tuberculose.
  • Hepatite B: Primeira dose (monovalente). Protege contra hepatite B.

2 meses

  • Pentavalente (DTP + Hib + Hepatita B): Primeira dose. Protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B.
  • VIP (Vacina Inativada Poliomielite): Primeira dose. Protege contra a poliomielite.
  • Rotavírus Humano: Primeira dose. Protege contra infecções por rotavírus.
  • Pneumocócica 10-valente: Primeira dose. Protege contra doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae.

3 meses

  • Meningocócica C (Conjugada): Primeira dose. Protege contra a meningite causada pelo meningococo C.

4 meses

  • Pentavalente (DTP + Hib + Hepatita B): Segunda dose.
  • VIP (Vacina Inativada Poliomielite): Segunda dose.
  • Rotavírus Humano: Segunda dose.
  • Pneumocócica 10-valente: Segunda dose.

5 meses

  • Meningocócica C (Conjugada): Segunda dose.

6 meses

  • Pentavalente (DTP + Hib + Hepatita B): dose Terceira.
  • VIP (Vacina Inativada Poliomielite): Terceira dose.

9 meses

  • Febre Amarela: Dose única. Protege contra a febre amarela.

12 meses (1 ano)

  • Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola - SCR): Primeira dose.
  • Pneumocócica 10-valente: Dose de reforço.
  • Meningocócica C (Conjugada): Dose de reforço.

15 meses (1 ano e 3 meses)

  • Tetra Viral ou Tríplice Viral + Varicela: Dose única. Protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
  • DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche): Primeira dose de reforço.
  • VIP ou VOP (Vacina Oral Poliomielite): Primeira dose de reforço.
  • Hepatite A: Dose única.

4 anos

  • DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche): Segunda dose de reforço.
  • VOP (Vacina Oral Poliomielite): Segunda dose de reforço.
  • Varicela (atenuada): Dose única de reforço.

A Partir dos 9 Anos

  • HPV (Papilomavírus Humano):

o   Meninas (9 a 14 anos): Duas doses (0 e 6 meses).

o   Meninos (11 a 14 anos): Duas doses (0 e 6 meses).

  • Meningocócica ACWY (Conjugada):

o   Dose única para adolescentes de 11 e 12 anos.


A Partir dos 10 Anos

  • dT (Difteria e Tétano - adulto):

o   Reforço a cada 10 anos.


Esquema Especial (Reforço ou Situações de Risco)

  • BCG: Se não houver vacina cicatrizante após 6 meses da aplicação.
  • Hepatite A e B: Esquema diferenciado em populações indígenas ou em situações de risco.
  • Varicela e Febre Amarela: As aplicações podem variar de acordo com a situação epidemiológica.

 

 


CUIDADOS TÉCNICOS NA REALIZAÇÃO DA COLETA DE SANGUE PARA O TESTE DO PEZINHO

O teste ajuda no diagnóstico de doenças metabólicas, genéticas e infecciosas capazes de afetar o desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido, mas que não apresentam sintomas detectáveis. Antes do nascimento, o feto está relativamente protegido dos malefícios de uma doença metabólica. Isso acontece por causa da placenta, que fornece nutrientes e promove a filtragem de metabólitos tóxicos.

Assim, muitas dessas doenças são “desmascaradas” nos primeiros dias de vida após o nascimento, pois o bebê não pode mais se beneficiar da ajuda fisiológica da mãe para compensar as deficiências de seu metabolismo.

Com o teste do pezinho, é possível promover o tratamento específico, que permite diminuir ou eliminar lesões irreversíveis (como deficiência mental, deficiências físicas) e até mesmo evitar a morte.
Por isso, é necessário realizar o teste, ainda que não haja histórico familiar dessas doenças. Mesmo numa criança saudável no nascimento, os primeiros sintomas podem demorar meses ou anos para se manifestarem!

 


Passo a Passo da Coleta de Sangue

Materiais Necessários:

Fita de teste para o Teste do Pezinho (papel filtro).

Lanceta estéril.

Álcool 70%.

Algodão ou olhar.

Luvas descartáveis.

Band-aid ou micropore.

Destinatário para descarte de materiais perfurocortantes.

Preparação do Recém-Nascido e Família

Explicar o procedimento aos pais ou responsáveis, enfatizando a importância do teste e tranquilizando-os sobre a segurança do processo.

Manter uma comunicação aberta e responder às dúvidas dos pais.

Posicione o recém-nascido de forma confortável e segura, preferencialmente no colo da mãe ou do pai para reduzir o estresse do bebê.

Técnica de Coleta

Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel antes de calçar as luvas.

Usar luvas estéreis para evitar contaminação.

Optar pelo calcanhar, região lateral do pé, evitando áreas próximas ao osso.

Higienizar a área de punção com álcool 70% e esperar secar.

Utilização de uma lanceta estéril para fazer uma punção rápida e precisa na área escolhida.

Descarte a lanceta imediatamente após o uso no recipiente protetor.

Deixar o sangue fluir naturalmente, evitando lesões no calcanhar para não causar hemólise.

Gotejar o sangue nas áreas circulares do filtro, preenchendo completamente cada círculo sem saturar o papel.

Pressionar o local da punção com algodão ou olhar até parar o sangramento.

  Envio de amostra:

Deixe o papel filtro secar ao ar por pelo menos 3 horas em um local seguro.

Embale uma amostra de acordo com as normas do laboratório e envie-a facilmente.

O teste do pezinho, também conhecido como triagem neonatal, é um exame essencial realizado em recém-nascidos para detectar precocemente doenças genéticas, metabólicas e infecciosas que podem causar graves consequências à saúde se não forem tratadas ao longo do tempo. Dentre as doenças que o teste do pezinho pode identificar podemos citar:

 

1. Fenilcetonúria (PKU): A fenilcetonúria é uma doença genética que resulta da deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase, necessidade de metabolizar o aminoácido fenilalanina em tirosina. O acúmulo de fenilalanina pode causar danos graves, causando retardo mental, problemas comportamentais e outros distúrbios neurológicos.

2. Hipotireoidismo Congênito: O hipotireoidismo congênito é uma condição em que a glândula tireoide do recém-nascido não produz necessidades específicas de hormônios tireoidianos. A falta desses hormônios pode prejudicar o desenvolvimento físico e mental do bebê, causando atraso no crescimento, retardo mental e outras complicações.

3. Fibrose Cística : A fibrose cística é uma doença genética que afeta as glândulas que produzem muco, suor e sucos digestivos, resultando em secreções espessas e pegajosas que podem obstruir os pulmões e o sistema digestivo. Isso pode causar problemas de infecções graves, infecções pulmonares recorrentes e dificuldades na digestão e absorção de nutrientes.

4. Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC): Grupo de doenças hereditárias que afetam as glândulas suprarrenais, resultando na produção anormal de hormônios como cortisol e aldosterona. Pode causar desequilíbrios eletrolíticos, desidratação, crises adrenais e problemas de desenvolvimento sexual.

5. Deficiência de Biotinidase : Doença genética que impede o corpo de reciclar a biotina, uma vitamina essencial do complexo B. Pode levar a problemas neurológicos como convulsões, ataxia, surdez e atraso no desenvolvimento, além de problemas de pele.

6. Galactosemia: Doença genética que afeta a capacidade do corpo de metabolizar a galactose, um açúcar presente no leite e outros alimentos. O acúmulo de galactose no sangue pode causar danos hepáticos, catarata, problemas renais e retardo mental.

7. Doença Falciforme: Doença genética que causa a deformação dos glóbulos vermelhos, tornando-os em forma de foice e dificultando a passagem pelos vasos sanguíneos. Pode causar anemia, crises de dor, infecções frequentes e danos aos órgãos.

 

Marcos do Desenvolvimento Infantil

O desenvolvimento infantil é um processo que envolve aspectos físicos, emocionais e sociais. O técnico de enfermagem desempenha um papel importante no acompanhamento e na identificação precoce de atrasos, além de orientar as famílias sobre amamentação e imunização.

O que são Marcos do Desenvolvimento?

Marcos de desenvolvimento são habilidades específicas que a maioria das crianças atinge em determinadas idades. A observação desses marcos auxilia na detecção precoce de atrasos ou alterações no desenvolvimento.


Principais Marcos por Idade

0 a 1 ano

  • Motor :
    Sustenta a cabeça (2-3 meses), rola (4-6 meses), senta-se sem apoio (6-9 meses), anda com apoio (9-12 meses).
  • Linguagem :
    Balbucia (3-4 meses), emite sons simples (6-8 meses), fala palavras simples (9-12 meses).
  • Social :
    Sorri (2-3 meses), rostos familiares regulares (4-6 meses), estranhas pessoas desconhecidas (7-9 meses).

1 a 3 anos

  • Motor :
    Anda sem apoio (12-15 meses), corre (18-24 meses), sobe escadas (24-30 meses).
  • Linguagem :
    Usa frases curtas (18-24 meses), vocabulário aumenta rapidamente (24-36 meses).
  • Social :
    Brinca ao lado de outras crianças (2-3 anos), começa a brincar com outras crianças (3 anos).

3 a 5 anos

  • Motor :
    Pula com os dois pés (3 anos), pedala triciclo (3-4 anos), desenha formas simples (4-5 anos).
  • Linguagem :
    Conta histórias simples (4-5 anos), usa gramática mais complexa (5 anos).
  • Social :
    Participa de brincadeiras de faz de conta (3-4 anos), desenvolve amizades (4-5 anos).

Importância para o Técnico de Enfermagem

  • identificar atrasos no desenvolvimento para orientar a família e a equipe multiprofissional.
  • Reforçar a importância da imunização e dos estímulos adequados para cada fase.

6 a 12 Anos (Idade Escolar)

  • Motor :
    Melhora na progressão motora fina e grossa (pular corda, escrever com precisão).
    Participe de esportes e atividades físicas com regras.
  • Cognitivo :
    Desenvolve habilidades de resolução de problemas e raciocínio lógico.
    Compreende conceitos de tempo (dias, meses, anos).
  • Social :
    Estabelecer amizades mais benéficas.
    Aprenda a lidar com regras sociais e trabalho em equipe.

12 a 18 Anos (Adolescência)

  • Motor :
    Habilidades motoras atingem níveis adultos (esportes e tarefas complexas).
  • Cognitivo :
    pensamento desenvolvido abstrato e crítico.
    Planeje um longo prazo e questione valores sociais.
  • Social e emocional :
    Maior independência dos pais, busca por identidade própria.
    Influência crescente do grupo de amigos.

 


CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PEDIÁTRICO HOSPITALIZADO

A hospitalização pode ser uma experiência assustadora e estressante para uma criança. Portanto, é fundamental que o técnico de enfermagem saiba como abordar a criança de maneira adequada, considerando suas necessidades emocionais e psicológicas. A presença do acompanhante, geralmente um dos pais ou responsável, desempenha um papel crucial nesse processo.

Importância do Acompanhante:

  Emocional: A presença de um acompanhante proporciona uma sensação de segurança e conforto à criança, reduzindo a ansiedade e o medo.

  Participação nos Cuidados: O acompanhante pode fornecer informações úteis sobre os hábitos e preferências da criança, facilitando um cuidado mais personalizado.

  Apoio Moral e Psicossocial: O acompanhante pode ajudar a criança a enfrentar procedimentos médicos e a entender o que está acontecendo, promovendo um ambiente mais tranquilo e colaborativo.

 

Estratégias de Abordagem:

1. Comunicação Clara e Adequada à Idade: Adaptar a linguagem de acordo com a faixa etária da criança, utilizando termos simples e explicando os procedimentos de forma compreensível.

2. Uso de Brinquedos Terapêuticos: Utilize brinquedos para explicar procedimentos e reduzir o medo. Isso pode incluir bonecos, livros ilustrados e outros materiais lúdicos.

3. Envolvimento do Acompanhante: Incentivar a participação do acompanhante nas atividades de cuidado, como alimentação e higiene, sempre que possível.

4. Ambiente Acolhedor: Manter um ambiente hospitalar acolhedor, com cores vivas e desenhos nas paredes, ajudando a criança a se sentir mais confortável.

5. Escuta Ativa: Demonstrar empatia e disponibilidade para ouvir as preocupações da criança e do acompanhante, respondendo às perguntas e suficiente de apoio emocional.

 

Empatia: Capacidade de entender e compartilhar os sentimentos de outra pessoa.

Psicossocial: Relacionado ao aspecto psicológico e social de uma pessoa.

 

 

Assistência Técnica de Enfermagem nos Principais Agravos e Riscos que Acometem à Saúde da Criança e do Adolescente

 

A assistência técnica de enfermagem é essencial para identificar, prevenir e tratar os graves e riscos à saúde que podem afetar crianças e adolescentes durante a hospitalização. Estes agravos podem incluir doenças respiratórias, gastrointestinais, infecciosas e outras condições clínicas.

 

Principais Agravos e Riscos:

Doenças Respiratórias:

Pneumonia - é uma infecção que inflama os sacos de ar (alvéolos) em um ou ambos os pulmões. Esses sacos de ar podem encher-se de líquido ou pus, causando vômito com catarro ou pus, febre, suores, calafrios, fadiga, dores no peito ao respirar ou tossir e dificuldade para respirar.

Tratamento e cuidados de enfermagem:

  • Administração de medicamentos: Antibióticos para infecções bacterianas; antipiréticos para febre.
  • Monitoramento de sinais específicos: Observar frequência respiratória, temperatura, saturação de oxigênio.
  • Hidratação: Mantenha o paciente hidratado, seja por via oral ou intravenosa.
  • Oxigenoterapia: Quando necessário, forneça oxigênio suplementar.
  • Educação: Ensinar aos cuidadores sobre a importância da adesão ao tratamento e sinais de alerta para complicações.

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Asma - é uma condição na qual suas vias respiratórias ficam estreitas e inchadas e podem produzir muco extra. Isso pode dificultar a respiração e desencadear tosse, um som agudo (sibilo) ao expirar, abertura no peito e falta de ar.

Tratamento e cuidados de enfermagem:

  • Administração de medicamentos: Broncodilatadores e corticosteróides.
  • Monitoramento de sinais específicos: Avaliar frequência respiratória e esforço respiratório.
  • Terapia inalatória: Ensinar e ajudar no uso correto de inaladores e nebulizadores.
  • Educação: Instruir os cuidadores sobre o plano de ação para a asma, incluindo o uso de medicamentos de colapso rápido.

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Bronquiolite - é uma infecção pulmonar comum em crianças pequenas e bebês. A bronquiolite causa inflamação e congestão nas pequenas vias respiratórias (bronquíolos) da ventilação.

Sinais e sintomas: Coriza, Tosse, Dificuldade para respirar, Febre baixa, Perda de apetite

Tratamento e cuidados de enfermagem:

  • Administração de fluidos: Mantenha a criança hidratada.
  • Oxigenoterapia: fornecer oxigênio se houver dificuldade respiratória significativa.
  • Aspiração nasal: Remove secreções para aliviar a respiração.
  • Monitoramento de sinais estranhos: Observar sinais de esforço externo e saturação de oxigênio.

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Doenças Gastrointestinais:

Gastroenterite - é uma inflamação do trato gastrointestinal que envolve tanto o estômago quanto o intestino delgado, resultando em alguns ou todos os sintomas de diarreia, vômito e dor abdominal. 

Tratamento e cuidados de enfermagem:

  • Reposição de fluidos: Hidratação oral com soluções eletrolíticas ou intravenosas se necessário.
  • Monitoramento de sinais específicos: Avaliar sinais de desidratação, como turgor da pele e frequência cardíaca.
  • Higiene: Práticas rigorosas de higiene para evitar infecção por infecção. Nutrição: Introdução gradual de alimentação conforme tolerado pelo paciente.
  • Educação: Informar os cuidadores sobre a importância da hidratação e sinais de complicações.

Doenças Infecciosas:

Varicela (Catapora) - A varicela é uma infecção viral altamente contagiosa causada pelo vírus varicela-zóster. Os sinais e sintomas incluem: Erupção aparentemente pruriginosa com vesículas (bolhas) cheias de líquido que se rompem e formam crostas. Febre, Cansaço e irritabilidade, cefaleia Perda de apetite. 

Tratamento e cuidados de enfermagem: 

  • Isolamento: Mantenha a criança isolada para evitar a propagação do vírus.  
  • Higiene: Manter a pele limpa e seca; evitar coçar as lesões para prevenir infecções secundárias.
  • Medicação: Administração de antitérmicos para controlar a febre e antipruriginosos para aliviar a ansiedade, conforme prescrição médica.
  • Hidratação: Garante a ingestão adequada de líquidos.
  • Educação: Informar os pais sobre a importância de manter as unhas da criança curtas e limpas e quando procurar ajuda médica para complicações.


Infecção do Trato Urinário (ITU) - é uma infecção que afeta qualquer parte do sistema urinário, incluindo bexiga e uretra.

Sinais e sintomas: Disúria, polaciúria, febre, dor abdominal ou lombar, urina turva ou com odor forte.

Tratamento e cuidados de enfermagem:

  • Hidratação: Incentivar a ingestão de líquidos para ajudar a eliminar a infecção.
  • Medicação: Administração de antibióticos conforme prescrição médica.
  • Higiene: Ensine a criança a limpá-la corretamente após usar o banheiro para prevenir infecções recorrentes. 
  • Monitoramento: Avaliar regularmente sinais específicos e observar possíveis complicações. 
  • Educação: Informar os pais sobre a importância da ingestão de líquidos e observar sinais de recorrência de infecção.
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